Ser Pai

LÁ SE FOI MAIS UM DIA DOS PAIS

“Hoje, Papai, é Dia dos Pais, e nós vamos lhe dar uma gravata.....
Pois de acordo com nossa mãe, você é nosso Pai, e isso é suficientemente bom para nós....
A gravata que você ganhou não custou muito, e nós lhe daremos a mesma gravata no ano que vem.”
(Groucho Marx, comediante americano, 1890-1977)

Este é meu primeiro Dia dos Pais depois de conhecer nosso site. A partir deste conhecimento, pude perceber que não estou sozinho. Nem um pouco. Amigos que nem conheço enviam mensagens à nossa já forte discussão sobre assuntos tão variados como guarda compartilhada, Justiça, bom senso, bondade, traições, namoradas, madrastas, Adelaides e muito mais.

Não pude deixar de me comover com a ansiedade de pais e madrastas se veriam ou não seus filhos e enteados, assim como identifiquei-me com a tristeza de mães e seus filhos por não terem sucesso em convencer sues ex-pares e pais em comemorar o dia decentemente.

Sim, o Dia dos Pais é uma data que é alimentada pelo comércio. Sim. Da mesma forma o é o Dia das Mães. Dia dos Namorados. Halloween. E falem o que quiserem, mesmo datas com origens religiosas o são. Não me importo. São todas datas importantes, pois assim as pessoas as sentem.

O Dia dos Pais, no caso, é a data mais importante para os dedicados e participantes do site. Percebi isto aos poucos, enquanto se aproximava a data: mensagens mais aflitas, ansiosas, mais desesperanças, e mais necessitadas em dividir a dor com todos. É a data que define de forma clara o membro do grupo: PAI.
Esta é a data em que se percebe o Mal que se faz a uma criança, quando pessoas que crêem em sua onipotência utilizam suas únicas armas na vida para destruir a vida de outros: os filhos.

Cada vez mais, percebo que a origem disto tudo está em uma só palavra: INFELICIDADE.

Não me refiro à infelicidade advinda de tragédias, de acontecimentos. Refiro-me à infelicidade advinda da INCAPACIDADE de ser feliz. Somente pessoas incapazes de encontrar a sua infelicidade são capazes de tornar a vida de outro insuportável. Pessoas que não têm perspectivas da felicidade e que MANIPULAM a verdade para justificar a sua infelicidade, que no final das contas.... é a sua única certeza, ou melhor, sua única garantia de identidade. “Sou infeliz... mas por que? Ah, sim... certamente porque o Outro me fez, no Passado, ou faz, diariamente, no Presente”. E com esta explicação, simples, sem complexidade, a Verdade com seus Fatos são escondidos, embaralhados, ao bel prazer da pessoa. Constatada a infelicidade e sua razão, parte-se para cima do pseudo-responsável, usando-se a arma dos fracos: os filhos, que desejam o Amor dos Pais, sem limites, sem lados. E certamente, em algum momento, se darão conta de que será necessário escolher um lado. E o lado escolhido será o lado que os acalenta diariamente, os coloca para dormir, com quem a princípio se identificam. E isto será mais munição à pessoa infeliz, que agora recebe a confirmação da Justiça de sua luta. Mas esquece-se que esta luta foi causada por ela própria. Por sua infelicidade. Por sua incapacidade de ser feliz.

Espero que todos que tenham tido o melhor Dia dos Pais. Com seus filhos. E sem os filhos. Sem remorsos, pois há um limite para o que podemos fazer, e a ausência dos filhos não deve ser comprovação de nossa fraqueza ou pior, de nossa luta ser injusta, como a Outra Parte deseja acreditar e nos convencer.

Um abraço a todos.

Written by Jayme Akstein.

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