Ser Pai

O PEQUENO PAPEL DO PAI ?

Enquanto a mulher se sente mãe pouco depois de conhecer o resultado do teste de gravidez, o pai demora a encontrar seu papel - não raro pensa menos no bebê e mais sobre como sua chegada vai interferir na vida do casal, ou tirar o seu sono. Quando a criança nasce, vira o centro das atenções, a mãe é cercada de mimos e ao pai resta um papel de contínuo. Cabe a ele comprar a pomada, pegar a fralda, esterilizar a chupeta e providenciar a pizza, enquanto a mãe, as avós e algumas tias ficam com a criança. O contato do homem com o filho é pequeno nessa fase, o que só reforça velhos papéis na sociedade: o pai é o provedor e a mãe, a genitora.

Há uma razão objetiva para que isso aconteça. Como mama no peito, o recém-nascido precisa mais da mãe. Mas há um fundo psicológico nisso tudo, já que os papéis são convenientes para os dois. A conveniência da mãe: "Por insegurança e receio de perder importância, muitas mulheres têm
dificuldade para abrir mão de seu poder como mãe e dar espaço para o homem", afirma a socióloga Sandra Ridenti, de São Paulo. A conveniência do pai: "Boa parte dos homens se sente bem como provedor financeiro e ditador das regras da
casa", comenta o psicólogo pernambucano Jorge Lyra. Isso explica por que a maioria dos homens reclama de ser secundário, mas pouco faz para ocupar o papel principal.

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