Análises

INIBIÇÃO DO DESEJO SEXUAL

A inibição do desejo sexual tem como características a baixa ou ausência de fantasias sexuais e do desejo de ter atividades sexuais. Essas pessoas apresentam um quadro de diminuição do desejo sexual, e uma pobreza ou ausência de fantasias, falta de iniciativa para o ato sexual e baixa freqüência coital.

O desejo sexual inibido, poder ser apresentado como absoluta ou situacional. A absoluta ocorre sempre, independente da situação em que a pessoa se encontra. A situacional, que é mais seletiva, ocorre somente em algumas situações, esse quadro se manifesta mais freqüentemente com a insatisfação da relação com a parceria.

No modelo proposto por Helen S. Kaplan (1977), existem três etapas na relação sexual. São elas: desejo, excitação e orgasmo. Apesar dessas fases serem vivenciadas habitualmente, não significa que em todas as relações elas tenham que ser vividas. Porém a ausência freqüente de alguma delas indica que algo não está bem. Não existe uma melhor que a outra cada uma tem sua função específica.

A pessoa com inibição do desejo sexual, em sua grande maioria, encontra dificuldades na primeira fase, que é o desejo. No desejo é onde tudo começa: a vontade, o interesse em se aproximar da outra pessoa, a excitação e o querer experienciar a relação sexual.

Origem

Na maioria das vezes que essa queixa chega aos consultórios, elas são apresentadas por pessoas casadas ou que mantém uma relação fixa. Essas pessoas só vão procurar ajuda depois que a relação do casal já está bem abalada, afinal, diante de tantas desconfianças (é muito comum o pensamento de traição), pelas brigas, desentendimentos, e a relação do casal vai se deteriorando.

É muito comum observamos em pessoa com essa dificuldade que a existe uma deficiência na comunicação do casal. Além disse, questões como tabu sobre a própria sexualidade, falta de intimidade, medos e culpas por causa de idéias infundadas de que isso e aquilo são pecados. Também existem os aspectos psicológicos, como conseqüências de estupro ou abuso sexual que podem desencadear a inibição do desejo na pessoa. Outras origens podem ser de ordens orgânicas, causadas por questões hormonais ou mesmo devido ao uso de medicamentos ou drogas.

Tratamento

A inibição do desejo sexual pode ter duas origens: fisiológica ou psicológica.
A fisiológica está no corpo, necessitando assim que um médico cuide, e dependendo do caso, pode ser preciso consultar um endocrinologista, ginecologista, psiquiatra ou urologista.

Porém, se a queixa for de ordem psicológica, é necessário buscar um psicólogo. Esse é um processo que visa encontrar quais as causas que contribuíram para o aparecimento da inibição do desejo sexual. O trabalho terapêutico visa não apenas o desaparecimento do sintoma, como também, propiciar condições para a pessoa se reestruturar nos diversos aspectos de sua vida. Dessa forma, será possível compreender melhor quais suas limitações, abrir uma nova perspectiva de vida e aprender a se relacionar no meio social de modo mais adequado e satisfatório.

Bibliografia

KAPLAN, H. (1977) Hipoactive sexual desire. J. Sex and marital Terapy.

RODRIGUES JR, O. M.; ROSIER, M. V. (2003) Desejo sexual: dificuldades e ponderações sobre queixas em consultórios de sexologia. In: REVISTA TERAPIA SEXUAL – Clínica – pesquisas e aspectos psicossociais. Vol. VI. São Paulo: Iglu.

Claudecy de Souza
Psicólogo - CRP 06/69861
Terapeuta sexual
Analista do comportamento

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