FANTÁSTICO CONFUNDE PAPEL DO MEDIADOR
Tenho assistido ao quadro "O Conciliador" do Fantástico (Globo) e  considero importante que se apresente alternativas para soluções de  conflito, principalmente aos desinformados. No entanto, no quadro  apresentado no dia 25/04/2010, a apresentação do personagens não confere  com os corretos procedimentos tanto da conciliação como da mediação.
 
 Em resumo, tanto a mediação como a conciliação são realizados por  terceiros imparciais. Algumas diferenças de atuação porém é relevante se  notar:
 
 Na mediação, o mediador tem por objetivo ouvir e controlar os ânimos,  sem sugerir, opinar ou concluir a resolução do conflito. Na mediação não  há ganhador ou perdedor, e o objetivo é levar as partes a discutirem  entre si e chegarem a uma solução consensual. Ao acordarem, as partes,  continuarão se assim desejarem amigos e com novas oportunidades de  negociarem. Normalmente, os encontros poderão se findar na 4ª ou até a  6ª sessão. Esse acordo consensual é registrado em cartório e passa a ser  um título executivo.
 
 Na conciliação, o terceiro imparcial (o conciliador), ao perceber que  está sendo difícil um acordo, diferentemente acaba opinando, sugerindo  soluções para as partes, prevalecendo então um ganhador e o outro um  perdedor.
 
 Essa  diferença entre mediador e conciliador não é clara no quadro  apresentado, onde a suposta mediadora intervém na conversa dando opinião  na relação mãe-filho – esse não é o papel da mediação.
 
 O papel do mediador é uma função que requer conhecimentos e procedimentos seguros para o impasse a ser apresentado.
 
 Max Gehringher e a produção do Fantástico foram comunicados em mais de  uma oportnidade sobre semelhante confusão, porém não houve resposta até  agora.
 
 
 
 Julieta Arsênio é psicóloga e mediadora atuante, e escreve ativamente sobre mediação.