Ser Pai

O PAI QUE SOFRE

Hoje, muitos pais separados de seus filhos sofrem na pele as crueldades que ex-mulheres infelizes são capazes de fazer. As mulheres conquistaram o mercado de trabalho e em casos não raros mães apresentam atestados de pobreza falsos, usam as crianças para destruir a vida dos pais e, elas em representação a seus filhos, recebem pensões alimentícias que incluem planos de saúde e dentários, vestuário e escolas caras. Tudo isso sem considerar em que condições vive o pai.

"Atualmente eu sofro pressões psicológicas por querer ver meu filho. Inclusive ela distancia o menino de seus avós paternos. Cada final do mês é uma tortura. Ela liga sempre para avisar que a pensão precisa ser depositada, mesmo sabendo que eu não atraso.

Hoje eu deposito R$ 240,00 todos os meses. Como sou vendedor autônomo não possuo salário fixo. Caso em um determinado mês eu não tenha produção suficiente, tenho que pagar a pensão de qualquer maneira, caso contrário serei preso. Ela não trabalha, leva uma vida muito confortável, pois seus pais possuem excelente condição financeira. Ela não precisa e nem quer trabalhar.

Faz cinco anos que estou tentando me separar judicialmente, mas não consigo, pois ela não quer. E estou sozinho porque todos os relacionamentos que eu tenho, ela dá um jeito de estragar. Acho que ser pai é uma benção divina, eu amo meu filho, mas uma ex-mulher pode tornar a vida de uma pai, um verdadeiro inferno", desabafa Pedro Vaz, vendedor autônomo.

Um pai que sofre as maldades de uma ex-mulher é capaz de se afastar dos filhos por uma questão de sobrevivência e acaba não conseguindo demonstrar todo o seu amor. Afinal de contas, ninguém é de ferro !

"A minha ex-mulher usa a minha filha para me pressionar. Tenho uma filha de cinco anos, dou um salário mínimo e sempre ajudo em outras necessidades da menina. Mesmo assim, a minha "ex" acha pouco e sempre está exigindo mais. Por mês, recebo líquido cerca de R$ 500,00. Acho que estou dando tudo o que posso, mas para ela é sempre pouco. Ela trabalha, mas é uma pessoa extremamente ambiciosa", diz Charles da Costa, funcionário público.

Um pai pode carregar seu coração de mágoas e desencantos quando uma mãe não possui consciência plena do que está fazendo. Alguns pais precisam levar "puxões de orelhas" para assumir a paternidade, mas outros não merecem as punições que lhe são impostas.

"Minha ex-mulher é um verdadeiro pesadelo em minha vida. Ela não me deixa em paz nunca. Estamos separados há mais de dez anos, está casada há pelo menos três e continua me infernizando. Ela trabalha em um emprego público Federal, ganha cerca de R$ 10 mil reais por mês, mora muito bem em Brasília e eu pago uma pensão alimentícia para minha filha de 15 anos de R$ 360,00 com um salário de R$500,00. Acho a Justiça injusta.

Já fui preso por não estar documentado devidamente com a pensão alimentícia. Desde de que vivo em Natal, há cinco anos, trouxe minha filha todos os anos para passar as férias comigo, pagando passagens de ida e volta, mandando dinheiro sempre e procurando demostrar todo o meu amor. Sempre fiz o que pude.

Mas, minha ex-mulher não se contenta com nada, ela liga para dizer desaforos e me pressionar psicologicamente. Acho que a gente não deve se arrepender do que faz, sei que minha filha não tem culpa de nada, mas recebo telefonemas da minha "ex" quase que diariamente somente para me perturbar e muitas vezes fico depressivo e muito triste. Como não posso voltar atrás e desfazer o que foi feito, vou tentando manter a serenidade e torcendo para ela me esquecer de vez", Inácio Girardi, técnico em eletrônica.

Segundo informações obtidas do meio jurídico, quando uma mãe ajuiza uma ação e pede o benefício da justiça gratuita (quando você é pobre na acepção jurídica do termo, ou seja, para você custear um processo você comprometeria seu sustento ou de sua família), este estado de pobreza é presumido mediante simples afirmativa nos autos até prova em contrário, de modo que se o juiz não tiver fundadas razões para indeferi-lo, deve julgá-lo de plano. Então, a parte demandada (ré) deve impugnar o pedido de assistência gratuita, levando aos autos provas robustas do que alega. Neste sentido, os atestados de pobreza falsos podem ser questionados na Justiça.

"A situação é bastante delicada, pois, na maioria dos casos, o bem estar e o interesse dos filhos não são levados em consideração, de modo que os conflitos entre os pais findam por tomar dimensões muito maiores do que o que, de fato, possuem.

Conforme disposição de nossa Carta Magna, homens e mulheres, no concernente à sociedade conjugal, exercem igualmente direitos e deveres, ou seja, ambos, em sede de separação ou divórcio, levando em consideração as características de caso, podem pensionar aos filhos, a guarda será ajustada, bem como, as visitas, cabe, então, aos pais ter o poder de discernimento acerca do que, em verdade, é bom ou ruim para os seus filhos, e não, demandar por capricho em desfavor de seu ex-cônjuge tão somente para vê-lo atormentado acreditando que esta atitude tornará possível o restabelecimento do matrimônio, pondo em último (ou nenhum) plano os anseios de seus filhos, deixando, pois, de observar as normas do nosso Estatuto da Criança e do Adolescente", diz a advogada Florizes Marques de Vasconcelos.

"Através das três crianças, ela me pressiona. Meu filho, mais velho de 14 anos, já foi internado com uma crise muito forte de depressão. Hoje estou mais maduro, mais equilibrado e mais feliz. Mas, passei momentos muito difíceis, quando ela me desejava muito mal. Se eu ligar agora e disser para ela que vou me casar amanhã, ela manda me matar. Não consigo me relacionar com outra pessoa, pois nem mesmo o divórcio ela quer me dar. Estou separado há nove anos e, ainda, não me considero totalmente livre. Quando sai de casa, tive que sair correndo só de cueca, pois ela fez um escândalo", lembra o comerciante, Átila Borges.

Um pai sofre com a ausência de seus filhos e se engana quem pensa que somente um coração materno é capaz de sentir dor. "Hoje eu sofro pela ausência de minhas filhas e por não poder ajudá-las em suas "tarefinhas" em casa. Pago a pensão para as duas, mas sei que elas não são bem criadas.

A mãe sai para trabalhar e deixa as duas crianças de oito e nove anos, sozinhas em casa, dentro de uma cidade como São Paulo. Já lutei pela guarda delas, mas não consegui. Infelizmente a Justiça dá prioridade para a mãe. Comigo, aqui em Natal, elas estariam estudando em uma boa escola e teriam mais atenção. Ainda não perdi a esperança de tê-las por perto", diz Alberto Dias, assistente administrativo.

Todos os nomes foram mudados, como forma de preservar suas identidades.

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